terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Valores Judaicos no mundo em Transição



A Importância de Ser Capaz de Tomar Decisões


(...) Há um valor especial na pessoa que deposita em Deus toda a sua confiança. Alguém que aspira constantemente saber com toda a certeza como deve agir em relação a assuntos práticos precisa compreender que não há nenhuma garantia de encontrar a resposta certa. Antigamente, era normal procurar um profeta e lhe apresentar perguntas específicas, tal como Saul inquiriu sobre os jumentos. Ir ao rebe não é a mesma coisa do que ir a um adivinho, mas mesmo assim, demonstra certa deficiência em relação a ser “perfeito perante o Eterno”.



Como regra, uma pessoa não se deve permitir ser dependente de outra, mesmo que esta outra pessoa seja seu rebe. A própria chassidut lutou contra este comportamento. Uma famosa história chassídica fala sobre um chassid que foi ao seu rebe com certo problema. O rebe lhe respondeu que para resolver a dificuldade o chassid lhe deveria pagar uma quantia muito grande como pidion (resgate). Alguns dias mais tarde, o chassid informou ao rebe que mesmo com grande esforço só tinha conseguido a metade do que lhe tinha sido pedido. O rebe se recusou a receber aquele valor. O chassid conseguiu mais algum dinheiro, mas o rebe se recusou a receber qualquer valor que não fosse o que ele havia estipulado. Por fim, o chassid perdeu a paciência e declarou: “Neste caso, eu acredito que o Eterno vai me ajudar, mesmo sem a assistência do rebe.” O rebe ouviu e lhe disse: “Agora, verdadeiramente, Deus vai lhe ajudar.” Tão pronto o chassid compreendeu que os esforços deveriam ser investidos diretamente no pedido ao Eterno, o objetivo foi alcançado.



Nas gerações posteriores, as atitudes chassídicas mudaram e cada vez maior ênfase foi colocada na ideia de que o chassid dependia de seu rebe, mesmo em relação a assuntos materiais. Atualmente, este tipo de percepção se espalhou mesmo além dos círculos chassídicos. Acredito que aqueles que defendem este comportamento tenham respostas para os pontos acima apresentados. De qualquer forma, o ponto de vista aqui apresentado é o que me foi transmitido por meus professores, meus reverendos mestres, o Gaon e Tsadíc, Rabino Chaim Halevi Z”L, e de meus professores em Israel, os dirigentes das Ieshivot Chevron, o Rabino I. M. Charlap Z”L, e outros.



Esta dependência é problemática, não somente para o discípulo, mas também para o rebe. Não é apropriado que rabinos emitam opiniões em áreas que estão fora de seu campo de conhecimentos, isto é, em assuntos médicos e outros. Há ocasiões em que expressar opiniões nestas áreas pode causar grande dano. Muitos assuntos mundanos estão muito distantes da educação e do treinamento que um rabino recebe. Isto, em absoluto, não depõe contra sua reputação.



O papel do rabino – “Providencia um mestre para ti” (Avot 1:10) – está centrado na Halachá e nos assuntos referentes a Torá, o temor aos céus e o serviço Divino. Espera-se dele, também, orientação geral e conselhos. Mas o rabino deve educar seus estudantes de tal forma que possam desenvolver a capacidade de decidir assuntos significativos por si mesmos.


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