"Que ninguém saia do seu lugar no sétimo dia." (16:29)
Uma referência à proibição de transportar objetos de uma propriedade para outra no dia do Shabat.
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Turnus Rufus, o romano, adorava importunar os judeus e desafiá-los com perguntas. Certa vez, ele encontrou o rabi Akiva na rua. Era Shabat.
"Por que um dia é diferente do outro?" – ele perguntou.
O rabi Akiva não ficou surpreso. Ele respondeu com outra pergunta: "Por que um homem é diferente do outro?"
Turnus Rufus ficou confuso, pois não sabia o que rabi Akiva tinha em mente. Ele perguntou: "Qual é a conexão entre a minha pergunta e a sua?"
O rabi Akiva explicou: "Você perguntou por que o Shabat foi diferenciado de todos os outros dias da semana. Em resposta, eu perguntei por que você é diferente das pessoas normais."
Turnus Rufus encheu o peito e começou a se vangloriar: "Que pergunta! É claro que sou diferente. Eu governo milhares de homens, por isso mereço ser respeitado!"
"A mesma coisa aplica-se ao Shabat!" – rabi Akiva disse. "Ele foi escolhido entre todos os outros dias porque o Rei dos reis, o Supremo Criador, separou-o como um dia especial. Ele desejou que fosse assim!"
Turnus Rufus estava determinado a ter a última palavra. "Se é assim, então por que Ele trabalha no Shabat?"
"Que trabalho Ele faz?" – rabi Akiva questionou. Turnus Rufus respondeu: "Ele faz exatamente aquilo que faz durante a semana. Ele faz o vento soprar, a chuva cair, as nuvens moverem-se, o sol brilhar. Ele faz com que as frutas e as verduras cresçam. Tudo, tudo exatamente como num dia da semana!"
O rabi Akiva respondeu: "Sei que Vossa Excelência conhece bem muitas leis e costumes judaicos, por isso vou usar uma analogia da lei judaica. Suponhamos que existam dois judeus que vivem próximos e dividem o mesmo pátio. No entanto, seu pátio não está unido por um eruv, e por isso eles estão proibidos de carregar de uma casa para outra por mais que a distância seja pequena. Por outro lado, outro judeu, um homem de posses, que possui um grande palácio com um pátio gigante, do tamanho de um país inteiro, pode carregar objetos de um extremo do pátio ao outro, pois tudo faz parte da sua propriedade privada. A mesma coisa se aplica a Deus. O Céu é o seu trono e a terra, o seu escabelo, pois o mundo todo está preenchido por Sua glória. É o Seu domínio privado, a Sua propriedade privada. Certamente, Ele está permitido a carregar e mover coisas dentro de seus próprios limites!"
(Midrash Tanchuma Ki Tissá 33.)
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