O Kidush da noite de Shabat
O Kidush da noite de Shabat
“Aquele que recita o ‘Vayechulu’ (o Kidush) na noite do Shabat é
considerado como se ele se tornasse parceiro de D’us na criação do
mundo” (Talmud, Tratado Shabat, 119b).
A recitação do Kidush na
noite de Shabat, cujo cumprimento cabe igualmente a homens e mulheres, é
um dos mandamentos judaicos mais significativos e amplamente
observados.
De modo geral, ao
recitar o Kidush, o fazemos sobre uma taça de vinho necessariamente
casher e, de preferência, tinto. No entanto, se entre os participantes
alguém não pode ingerir bebida alcoólica, esta pessoa deverá tomar suco
de uva casher. A bênção é idêntica à do vinho. No caso de não haver
vinho ou suco de uva casher, pode-se fazer o Kidush sobre o pão e, em
vez de recitar a bênção Bore Peri HaGuefen, “que cria o fruto da
videira”, diz-se, Hamotzi Lechem min Ha’aretz, “que tira o pão da
terra”. Quando se usa pão em lugar de vinho, é preciso fazer a lavagem
ritual das mãos (Netilat Yadaim) antes de fazer o Kidush, para que se
possa comer o pão imediatamente após o término de sua recitação.
O Shabat é consagrado por meio de um ato físico porque o propósito dos
mandamentos da Torá é santificar o mundo, infundindo o material no
espiritual. Isso explica por que se usa vinho, em particular, no Kidush:
por um lado, serve como um componente do prazer humano; por outro, por
ter sido a única bebida, à exceção de água (em Sucot), que serviu de
libação no altar do sacrifício no Tabernáculo e no Templo Sagrado de
Jerusalém. O vinho, portanto, serve tanto como propósito físico quanto
espiritual. Como o Talmud diz: “O vinho alegra D’us e o homem”.
Mas como o vinho, especialmente o tinto, é um símbolo de severidade e
julgamento (a cor vermelha remete ao sangue) – a Cabalá nos recomenda
adicionar ao vinho do Kidush uma pequena quantidade de água, que
simboliza amor e graça. Primeiro o vinho é colocado quase que até a
borda do copo de Kidush; a seguir, acrescenta-se um pouquinho de água.
Esta cria uma “mistura” adequada de harmonia entre a benevolência e a
severidade – ou seja, as duas primeiras Sefirot emocionais: Chessed e
Guevurá. (Morashá)
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