terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim?

A VIDA APÓS A MORTE
Sim, existe vida após a morte.

Nenhuma discussão sobre a morte pode ousar ignorar uma das principais convicções judaicas que, hoje em dia, surpreendentemente, vem ganhando novos adeptos em virtude dos atuais avanços da medicina.

Nos últimos anos temos visto uma enxurrada de filmes populares baseados no tema de as almas sobreviverem após a morte: Para Além do Horizonte (What Dreams May Come), com Robin Williams; Ghost,com Whoopi Goldberg; Voltar a Morrer (Dead Again), com Kenneth Branagh e Emma Thompson; e, é claro, o imensamente bem-sucedido O Sexto Sentido, com Bruce Willis. E quem não se lembra da cena final de um dos filmes de maior bilheteria em todos os tempos, Titanic, quando a heroína, agonizante, é cumprimentada do outro lado por pessoas que morreram antes dela?

As últimas décadas têm visto a cultura popular abraçar uma idéia que, no passado, só encontrou aceitação nos círculos místicos e para-normais. Ninguém jamais poderia sonhar que livros como Conversando com os Espíritos (Editora Sextante) e Em Busca da Espiritualidade (idem), escritos na década de 1990, alcançariam o topo da lista de mais vendidos do The New York Times, ou que o livro de Brian Weiss, Muitas Vidas, Muitos Mestres (idem), escrito na década de 1970, se tornaria um best-seller internacional traduzido para mais de 30 línguas.

O que tem levado a essa obsessão contemporânea por uma idéia que antigamente estava reservada ao campo da religião? O que incitou o mundo secular a se tornar repentinamente tão receptivo ao conceito de uma alma imortal? Com quase toda certeza, a resposta repousa em uma incrível inovação médica dos anos 1970 que passou a ter um papel significativo nas vidas de milhares de pessoas.

Até então, a morte era um ilustre desconhecido. O Hamlet de William Shakespeare expressava uma verdade que parecia válida para todas as épocas: a morte, ele observava, é o "país não descoberto... de cujo destino nenhum viajante retorna." Sem o benefício do testemunho pessoal de alguém que de fato completara a viagem, não havia modo de saber o que nos estava reservado após a morte. A idéia da vida eterna podia ser contrária à nossa convicção, mas certamente não podia contar com qualquer confirmação científica válida. A idéia de que uma alma consciente sobrevive após a morte tinha tanto apoio racional quanto as manifestações de um médium durante uma sessão espírita.

E então, graças a técnicas cada vez mais sofisticadas de ressuscitação, as pessoas morreram – e então voltaram para nos contar como era isso!

Com certeza, aqueles que retornaram obviamente não morreram no sentido absoluto do termo. Pessoas que realizaram uma inovadora pesquisa nesse campo, como os doutores Elisabeth Kübler-Ross e Raymond Moody, propuseram o nome EQM – "Experiência de Quase-Morte" – para descrever o fenômeno. Mas os sobreviventes da EQM foram, na realidade, bem mais longe do que apenas "quase" morrer. O que nos permite pensar neles como tendo estado mais próximos do "outro lado" do que daquilo que chamamos de vida é o fato de que estavam clinicamente mortos; seus cérebros não mostravam nenhum sinal de atividade; seus corações haviam deixado de bater, e não havia como registrar sensações, recordar visões e ouvir sons. Contudo, essas pessoas foram capazes de "recordar" o que aconteceu nos quartos onde seus corpos repousavam, de descrever quem veio e partiu depois que elas foram declaradas mortas, e até mesmo repetir conversas que ocorreram na presença dos seus corpos "mortos" em detalhes precisos e acurados.

Com qual parte dos seus cérebros inativos elas se lembraram, e como possivelmente puderam ver e ouvir? Seus corpos físicos não eram mais capazes de executar essas tarefas. Não surpreende que quase todos os que passaram por uma experiência de quase-morte – independente de que antes fossem religiosos ou céticos radicais, agnósticos ou ateus – tenham alcançado uma crença inabalável em uma alma não-física que sobrevive à morte do corpo.

Os teólogos consideram uma ironia que, inadvertidamente, a profissão médica tenha obtido sucesso onde inúmeras gerações de líderes religiosos antes falharam. A medicina moderna nos deu, afinal, evidências para a existência da alma humana. A mesma tecnologia projetada para manter o corpo vivo a todo custo revelou que o corpo é secundário em relação a um sentido superior do indivíduo; seres humanos são mais do que corpos físicos. Nós temos aspectos de realidade não-físicos, invisíveis, que sobrevivem aos nossos "recipientes mortais". Finalmente viemos a entender o que quase certamente é o que a Bíblia diz ao nos contar que somos criados "à imagem de Deus".



Para saber como continua esse texto, leia o capítulo 7 de "Se Deus é bom, por que o mundo é tão ruim?"


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