Pessach Sheni
m ano após o êxodo do Egito, o povo judeu fez a
oferenda de Pêssach no décimo quarto dia do mês de Nissan. Mas nem todos
puderam realizá-la. A escritura relata (Bamidbar 9:6): "Havia alguns
homens que estavam ritualmente impuros (pelo contato com mortos) e
incapazes de preparar a oferenda de Pêssach naquele dia. Aqueles
disseram: 'Por que deveríamos ser privados de fazer a oferenda do Senhor
no seu tempo marcado entre os filhos de Israel?' Moshê respondeu:
'Aguardem, e eu ouvirei o que o Senhor ordenará a respeito de vós'. D'us
falou a Moshê: 'Se qualquer pessoa de vós ou de vossas gerações futuras
estiver ritualmente impura ou numa jornada distante, ainda assim fará a
oferenda de Pêssach ao Senhor. Deverá efetuá-la no décimo quarto dia do
segundo mês'..."
É dada uma nova oportunidade áquele que não
ofereceu o sacrifício de Pêssach no tempo certo - 14 de Nissan - para
fazê-lo no dia 14 de Iyar, data denominada de Pêssach Sheni, o Pêssach
do segundo mês, no qual costuma-se, hoje em dia, comer um pedaço de
matsá.
Embora o Pêssach Sheni fosse instituído para aqueles que
não podiam ofertar o sacrifício de Pêssach no seu tempo certo, porque
estavam impuros ou encontravam-se em locais distantes, o seu conceito se
aplica a todos em todos os tempos - mesmo agora, quando o sacrifício de
Pêssach não pode ser ofertado.
Uma lição clara de Pêssach Sheni é que a pessoa nunca deve perder a
esperança. Nas palavras do Rebe anterior: "A idéia de Pêssach Sheni é de
que 'nada é irrecuperável'; sempre podemos retificar nosso
comportamento. Mesmo alguém que estava ritualmente impuro ou ausente
numa jornada distante - mesmo que voluntariamente - pode reabilitar-se."
Um ser humano é intrinsecamente bom; sua alma é uma parte da centelha
Divina. O pecado é uma antítese completa da sua natureza. Se ele chega a
transgredir, isto é uma anomalia que não pode tocar o seu "eu"
essencial. A pessoa pode estar temporariamente impuro, mas sua essência,
é dos níveis mais elevados. Assim, nenhum pecado, nenhuma omissão do
serviço a D'us, é irreversível. A pessoa pode sempre voltar à sua
identidade real.
Pêssach é a única festividade que concede uma
segunda chance, e isto porque Pêssach marca o nascimento da nação judia.
O êxodo do Egito foi o início de um processo que culminou com a Outorga
da Torá - a transformação dos judeus numa nação da Torá. Já que a
oferenda de Pêssach está ligada com o êxodo, sua omissão significaria
que o êxodo não foi completo. D'us por isto quis que cada um, mesmo
aquele que deliberadamente não ofertou o sacrifício de Pêssach da
primeira vez, ganhasse a oportunidade de fazê-lo - pois se não há
nascimento, não há existência. A identidade da Torá estaria ausente.
(Font Chabad.org.br)
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